quinta-feira, 26 de maio de 2011 | By: Vivian Mont'Alverne

Tudo aquilo que, por um dia, eu sempre quis...

Eram falhas, certas, desconexas e seguras, ou, para esse último, pareciam ser. Será? Sinceramente, eu devia estar ciente da verdade, mas minha insegurança me levara à fazer escolhas errôneas... Tudo isso por quê? Para provar à mim mesmo o que quem não sabia? Eu, tu, ele, nós, vós ou eles? Precisara de provas, apenas isso... Sem saber de quem nem o porquê.


"Segunda- feira, tudo o que eu sempre quis foi beijá-la. Na terça, beijei-a. Na quarta, não atendi a sua ligação. Na quinta, parti para outra."
"Em agosto, tudo o que sempre quis foi aquela garota. No outro mês, tive a oportunidade de tê-la. Nas duas outras semanas, enganei-a. Na terceira, mal lembrava o seu nome."


Aquilo tudo foi tudo o que eu sempre quis. Desejei, desejei... Tanto que consegui. Tive a totalidade a qual minha vontade ordenara. Tive olhos, mãos, bocas, corpos... Mas, nunca, um coração... Um daqueles que eu possa chamar de meu, sabe? Entre tantas coisas, tive, de tanto, um pouco, e, de pouco, um tanto. Mas, nunca, o todo de um só.
...Por um dia, tudo o que eu sempre quis foi ter você. Mas por completo... Toda minha, de mais ninguém. Mesmo que esse ninguém fosse eu.
sábado, 21 de maio de 2011 | By: Vivian Mont'Alverne

Me dê a mão...

Eu, por muito tempo, estive procurando uma beleza como a sua. Ao certo, não sei dizer... Aqui, um aroma de lírios, ali, uma fragrância de lótus. Um pouco de grande parcela doce, muito de pequeno fragmento amargo. Quente de arder, gelado de ferver. Sorriso pequeno, mas de grande alegria. Coração diminuto, mas de muito sentimento. Pouca coragem, para muita vontade... É o que me resta, depois de encontrar, em ti, tudo o que quero para mim, esquecendo quem eu sou, fui ou quis ser. Pequena menina grande, grande mulher pequena... Peço, por toda a minha alma de verdadeiro amante, apenas uma chance para lhe mostrar o que é felicidade...


"...Me dê a mão
 vamos sair
 pra ver o sol..."
segunda-feira, 16 de maio de 2011 | By: Vivian Mont'Alverne

(In)segurança


Dava um passo. Dois, três, quatro... Mesmo sobre pedras e debaixo de tempos ariscos, sentia-me como se estivesse andando com vários sapatos, várias meias, várias capas as quais me protegiam, não permitindo sentir dor ou frio. Chegava a acreditar que, nesse caminho, não iria me faltar nada. Tinha sorrisos, abraços, coragem, segurança... Verdadeiros? Ah! A dúvida e a indecisão nunca me abandonaram!
Na estrada, avistei-me sozinha... Por acaso? Difícil responder. Fui lavar o rosto, e pude ver o meu reflexo... Tive medo, muito medo. O meu coração apertou, uma gota salgada caíra dos meus olhos e se misturara à água doce, ou não tão doce assim... A imagem refletida não era a minha...
Do outro lado desse lago, uma voz trêmula clamava: - Venha, aqui está o seu mundo! Atravesse a ponte!
Eu, sem entender nada que ali acontecia, aproximei-me da tal ponte, por curiosidade... Mas... O caminho era tão, tão, tão longo... Será que teria forças para atravessá-la? Respirei fundo, pensei e resolvi tentar...
Fui devagar, tudo oscilara... O tempo, as madeiras, minhas pernas, meus pensamentos, meu suor. Quase desistira, até avistar o meu alvo... Não conseguira entender, era tudo muito utópico...
Ao chegar, um espelho e a minha imagem real refletida... Eu, pela primeira vez, estava só, mas me sentia acompanhada.

sexta-feira, 6 de maio de 2011 | By: Vivian Mont'Alverne

Todos os dias

Há uns anos, um falso amigo me disse que amor era sinônimo de perda de tempo... Mantinha-me calado, tentando achar o porquê dessa opinião e, quiçá, pensar assim também, mas, no fundo, sempre acreditei no contrário. Tudo bem que, certas vezes, algumas desilusões me deixaram um tanto frio... Mas, agora, ao te ver sorrindo, ao ver esse brilho nos teus olhos e o teu jeito espontâneo de mexer nos cabelos, concluí que certas pessoas passam a vida inteira sozinhos, criticando a felicidade alheia e procurando tempo para perder com o amor, já que a inveja devora todos os seus segundos.
Agradeço, todos os dias, por te ter ao meu lado, por ter a permissão de, bem de perto, ver o teu sorriso, por poder falar besteiras e, feito bobos, sorrirmos. Obrigado por fazer o meu mundo girar, simultaneamente, mais rápido e mais lentamente... Sobrando bastante tempo para te olhar, te olhar, perceber o quanto sou sortudo e, mais uma vez, me apaixonar...


...Como todos os dias.
quinta-feira, 5 de maio de 2011 | By: Vivian Mont'Alverne

Desconhecido


Eu não sabia até onde esse caminho iria me levar... Mas persisti, continuei andando.

Não sei se viver de certezas é, de fato, a melhor opção. Uma dúvida cá e outra lá desperta o interesse, mas nada em exagero, claro! 
Não posso responder se estou correndo contra o vento, se estou nadando junto com a maré ou se tudo ao meu redor está se movendo, menos eu. Porém afirmo que não pretendo parar... Não agora! Continuarei caminhando... Em passos curtos, devagar, sem pressa. Correr nunca foi o meu forte... A urgência, quase sempre, atrasa-me.

Ainda estou sem saber qual o meu destino, contudo, continuarei perseverando... Um dia, eu chego lá.

Autocracia



O espelho conseguia dizer mais sobre mim do que eu mesma. O reflexo, a sombra, os rastros... Tudo o que eu fora deixando respondia mais perguntas do que o meu autoconhecimento.
Autoengano, autoverdade, autovontade, autotudo, exceto autoamor... Essa fui, sou ou serei? Autodúvida!
As respostas caiam aos meus ouvidos, olhos, boca... Em qualquer lugar, menos na consciência. Fui me perdendo, deixando-me ser levada, com olhos vendados, com choro mastigado e engolido, com a voz sufocada, com as mãos imobilizadas. Mas quem seria este ser cruel o qual me maltratara tanto? Eis que a dúvida surgira. A conclusão a qual meus reflexos chegaram foi a de que a minha única sela, o único vento que me levara à dor, seria eu mesma... Autoarruinação. Autodesvalorização. Decisão do autopoder... Autocracia masoquista.