terça-feira, 13 de julho de 2010 | By: Vivian Mont'Alverne

[As]pirar

Remoída por dentro. Corroía-se pouco a pouco, aumentava a intensidade. Não sabia como agir. Pensava em proteção. Mas protegia a quem? A si mesma ou ao próximo? Não sabia ao certo. Não conseguia pensar em outra coisa, queria mudar tudo o que passava em sua mente e coração. Não teria sido proposital, mas, sim, uma defesa ou arrependimento. Não desejava um mal-entendido nem contradição. Insatisfação sem satisfação. Caso conseguisse, dar-lhe-ia uma. Teste de resistência.
quinta-feira, 8 de julho de 2010 | By: Vivian Mont'Alverne

Beautiful dawn

Despertava disposta. Sentia-se leve e livre. Parecia estar em outro mundo... Até que percebeu que era isso. De fato, estava em outro lugar. Mas onde? Dúvida. Dádiva? Talvez. Estava aflita e, ao mesmo tempo, conseguia respirar com tranquilidade. Sentia a paz na alma e no coração. Começou a buscar por alguma resposta, procurava vestígios do que pudera ter acontecido. Nada encontrou. Só avistava o mar, a areia branca e soltinha, os pássaros cantando junto ao mar. A primeira vez que o ouvira, soava notas musicais em uma onda primorosa. Sentiu vontade de dançar junto a brisa, desejou, pela primeira vez na vida, correr com o vento e não contra. Não estava se escondendo atrás dos óculos nem debaixo do chapéu, como de costume fazia. De repente, parou e pensou em seus problemas, logo uma chuva, no céu, se formou. Uma lágrima escorrera em sua face, anseava por mais sol, mais brilho, mais ar. Então acordou, percebera que talvez não fosse somente um sonho. Acabara de encontrar seu verdadeiro mundo, aprendendo a respirar, a aspirar, a sonhar. Quebrou as regras, dissociou seus antigos paradigmas, desvencilhou-se do mundo escuro, sombrio. Descobriu que possuía, em si, o paraíso. Bastava ela aproveitá-lo.

Todos possuem o seu paraíso interior, mas nem todos o utilizam. Aproveite o seu sol. Ilumine-se. Brilhe. Sorria mais. Aprenda a sorrir.
quarta-feira, 7 de julho de 2010 | By: Vivian Mont'Alverne

Cristal

O belo. O brilho. A elegância. A relevância. Eloquente. Diáfano? Nem tanto. Havia rabiscos. Estava quase trincado. Mas como, não era magistral? Aparentemente, sim. Utopia. O incrível nem sempre é assim tão resplandecente.
O melhor da surpresa é a essência.
terça-feira, 6 de julho de 2010 | By: Vivian Mont'Alverne

Medo

Que corrói a mente, a alma e o coração. Deixa a boca insípida, a face pálida e o peito disparado. Há o medo de sentir medo. A apreensão é um medo facultativo. Tem medo de perder algo ou alguém. Medo de não se sabe o quê. Olhos esbugalhados. Mãos derretendo. Corpo congelado. Músculos contraídos. Respiração ofegante. A espera... pelo quê? Não se sabe, é o medo de não ter o que ou quem esperar. Medo de almas. Medo da alma. Objetivo. Subjetivo. Paradoxal. Medo de si mesmo. Medo de ti mesmo. Medo da mentira. Medo da verdade. O que se quer então? Contradição. É o medo de saber o que acontece realmente. Medo da realidade. Realidade virtual? Não. Medo da realidade atual, seja ela impessoal ou não. Medo do que não existe. Medo do que existe e não é percebido. Medo de não entender. Medo de ler. Ler os olhos, as mãos ou a carta. Que carta? Não se sabe, não foi lida. O medo levou a carta, levou a verdade e deixou a dúvida. Mas e o medo de não saber? Ficou sozinho, solitário. Ou não. Medo de sorrir. Medo de agir. Medo de ferir. Medo de ferir-se. Medo de cantar. Medo de contar. Contar a história, a estória, os números, os carneirinhos... Tanto faz. Medo de viver o que é inevitável. Medo de não poder mais ter medo, porque o medo não deixou. Abismado. Abismo. Cessação. Pena? Cumpriu e sentiu. Fatídico. Enfático.