segunda-feira, 16 de maio de 2011 | By: Vivian Mont'Alverne

(In)segurança


Dava um passo. Dois, três, quatro... Mesmo sobre pedras e debaixo de tempos ariscos, sentia-me como se estivesse andando com vários sapatos, várias meias, várias capas as quais me protegiam, não permitindo sentir dor ou frio. Chegava a acreditar que, nesse caminho, não iria me faltar nada. Tinha sorrisos, abraços, coragem, segurança... Verdadeiros? Ah! A dúvida e a indecisão nunca me abandonaram!
Na estrada, avistei-me sozinha... Por acaso? Difícil responder. Fui lavar o rosto, e pude ver o meu reflexo... Tive medo, muito medo. O meu coração apertou, uma gota salgada caíra dos meus olhos e se misturara à água doce, ou não tão doce assim... A imagem refletida não era a minha...
Do outro lado desse lago, uma voz trêmula clamava: - Venha, aqui está o seu mundo! Atravesse a ponte!
Eu, sem entender nada que ali acontecia, aproximei-me da tal ponte, por curiosidade... Mas... O caminho era tão, tão, tão longo... Será que teria forças para atravessá-la? Respirei fundo, pensei e resolvi tentar...
Fui devagar, tudo oscilara... O tempo, as madeiras, minhas pernas, meus pensamentos, meu suor. Quase desistira, até avistar o meu alvo... Não conseguira entender, era tudo muito utópico...
Ao chegar, um espelho e a minha imagem real refletida... Eu, pela primeira vez, estava só, mas me sentia acompanhada.

0 bilhetes:

Postar um comentário