terça-feira, 6 de julho de 2010 | By: Vivian Mont'Alverne

Medo

Que corrói a mente, a alma e o coração. Deixa a boca insípida, a face pálida e o peito disparado. Há o medo de sentir medo. A apreensão é um medo facultativo. Tem medo de perder algo ou alguém. Medo de não se sabe o quê. Olhos esbugalhados. Mãos derretendo. Corpo congelado. Músculos contraídos. Respiração ofegante. A espera... pelo quê? Não se sabe, é o medo de não ter o que ou quem esperar. Medo de almas. Medo da alma. Objetivo. Subjetivo. Paradoxal. Medo de si mesmo. Medo de ti mesmo. Medo da mentira. Medo da verdade. O que se quer então? Contradição. É o medo de saber o que acontece realmente. Medo da realidade. Realidade virtual? Não. Medo da realidade atual, seja ela impessoal ou não. Medo do que não existe. Medo do que existe e não é percebido. Medo de não entender. Medo de ler. Ler os olhos, as mãos ou a carta. Que carta? Não se sabe, não foi lida. O medo levou a carta, levou a verdade e deixou a dúvida. Mas e o medo de não saber? Ficou sozinho, solitário. Ou não. Medo de sorrir. Medo de agir. Medo de ferir. Medo de ferir-se. Medo de cantar. Medo de contar. Contar a história, a estória, os números, os carneirinhos... Tanto faz. Medo de viver o que é inevitável. Medo de não poder mais ter medo, porque o medo não deixou. Abismado. Abismo. Cessação. Pena? Cumpriu e sentiu. Fatídico. Enfático.

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