sábado, 2 de janeiro de 2010 | By: Vivian Mont'Alverne

Fim da noite

Tudo estava tão normal até então, a festa houvera sido boa, muita dança, "adeus" aos saltos, umas duas doses de vodca e saldo zero, ou nem tanto... Foi quando ele se aproximou e sentou-se ao meu lado na calçada molhada, e, num diminuto espaço de tempo, nossos olhares se encontraram como dois rios, que mesmo em direções contrárias, atingem um ao outro de forma tão intensa, capaz de criar um espetáculo. O espetáculo foi interno, o coração acelerou de tal forma que sentia que todos podiam ouvir o som de suas batidas, e estas eram batidas perfeitas, que provocaram em mim um súbito momento. Ele, com sua pele morena e olhos cor de mel, abriu um pequeno sorriso de canto de boca, um sorriso acanhado e ao mesmo tempo tão intenso, aquele sorriso puro, como de quem fica sem graça... e, de repente, como quem vai dizer algo, ele engata, e eu suspiro.
Passados 5 minutos de inconstâncias, ele sussurra:
- Adoro esse seu furinho no queixo...
E eu, envergonhada, peço pra ele repetir, pois não havia entendido direito...
Ele: - Não sei o que aconteceu, mas tudo que vi em você, todos os mínimos detalhes, me encantaram.
Nesse momento eu virei um "tomate", minhas bochechas que eram rosadas, ficaram extremamente vermelhas. Eu não sabia o que falar, senti minha boca ficar sem sangue...
Eu: (gaguejando) - Qual seu nome?
Ele: - Eduardo, mas pode me chamar de "Dudu", e o seu?
Eu: - Clara... (suspirei)
Nesse momento, ele se aproximou e segurou a minha mão, a mão dele estava fria e trêmula, mas pude sentir o calor que vinha de seu corpo, era um calor diferente, era algo inexplicável... Foi então que nossos rostos se aproximaram, e parecíamos estar dentro de uma bolha, pois nada mais que acontecia "lá fora", importava. Ficamos uns 10 minutos frente a frente, com nossas testas encostadas uma na outra, e nossos olhares fixos um no outro... Lembro que conseguia observar todos os seus traços. Então nossos lábios se encontraram num beijo que parecia de cinema, era tão perfeito, tão apaixonado, tão... doce. É, acho que estava apaixonada. Logo eu, que nunca acreditei em amor a primeira vista. Paramos de nos beijar e, simplesmente, ele virou e saiu... sim, sem dizer nada. A uns 10 metros de onde ele estava, sem entender nada, consegui ouvir o que seu amigo falava:
- Boa! Ganhou a aposta, pegou a ex do Carlos, agora vamos...
E ele, sem titubear, foi embora.

2 bilhetes:

Anônimo disse...

Triste.

Eber Vasconcelos disse...

Todo o texto nos faz pensar em amor,ou algo parecido,contanto chegando ao final contrariamos essa ideia passada no decorrer do texto.É como se em um só tempo pudéssemos enxergar o abstrato do amor tocando-nos fundo e no desfecho juntamente com a personagem desiludimos e interiorizamos a mesma decepção da personagem. abraços,amei esse seu primeiro texto. vou ler mais,amei seus textos... beijos

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